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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Alípio Bandeira



Vendo  o seriado XINGU, a história dos irmãos Vilas Boas, revivi a minha infância quando ouvia sobre meu tio-avô, ALÍPIO BANDEIRA.
Alípio Bandeira, era oficial do Exército e companheiro de Rondon na demarcação de fronteira. Ele organizou a primeira legislação de proteção aos índios no Brasil, em 1910, quando criaram o SPI (posteriormente, FUNAI).
No início do século XX (1911), Alípio Bandeira, representante do Serviço de Proteção ao Índio (SPI, , extinto em dezembro de 1967) percorreu a região onde se localiza o rio Jauaperi, quando ocorreram novos contatos amistosos com esses indígenas, agora denominados de Uaimirys. Alípio Bandeira encontra, guardadas as devidas proporções e momento histórico, a mesma situação de hostilidade entre indígenas e não indígenas. Em 1912 instalou o primeiro posto de atração aos índios no rio Jauaperi. A partir dessa data, o SPI passa a coordenar os trabalhos e a política indigenista na região.
O historiador Alípio Bandeira em seu livro “A Cruz Indígena” (1925) traz narrativas estarrecedoras sobre expedições militares realizadas na Amazonia nos anos de 1856 (a de Manoel Pereira de Vasconcelos), em 1873 (do Coronel Rêgos Barros Falcão), em 1874 (do Tenente Horta) e por ultimo, narra, “a nefanda carnificina catingueira, ordenada sandinamente em 1905 pelo governador do Amazonas e executada com a mais repugnante atrocidade pelo seu comparsa mandatário.” (Relatório de Itú, maio de 1925 – Alipio Bandeira – A Cruz Indígena).
Os índios, expulsos de suas terras, viviam de saqueá-las e atacá-las, afim de retomar o que lhes fora roubado. Posteriormente, com os padres catequisadores foi-lhes incutidos os preceitos bíblicos da predestinação e do pecado até que o índio, com medo até de sua sombra, se entregou ao mais triste quadro de penúria e degradação.
Vejamos o que diz o historiador Alípio Bandeira (1925): “… Visitai esse indios nas chamadas missões de catechese; vêde-os em grupos ou isolados, homens e mulheres em qualquer condição, em qualquer idade: a menor pecha que lhes notares é a da imbecilidade. O sistema de escravidão e penúria em que vivem arrastou-os a essa baixa humildade que abre mão das opiniões, das vontades e até das mais justas ambições… que infame educação não foi preciso dar a essa misera gente, pelos catechisadores, para transformal-a assim de bôa em pessima, de atilada em palerma, de honrada em depravadíssima?” (Margem de Taquary, 1922 – Alípio Bandeira – A Cruz Indígena).
O coronel do exército Alípio Bandeira, foi abolicionista. Como militar, trabalhou no Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e ajudou o Marechal Cândido Rondon na instalação de linhas telegráficas no interior do País e no contato com tribos isoladas – Alípio liderou o encontro com os Waimiri Atroari em 1911, por exemplo.
Escreveu vários livros, dentre eles: A Mystificação Salesiana (1923), O Brasil Heroico de 1817, A Cruz Indígena (1926), Pamphlets on the native races of Brazil (1912), Os mórtos  (1898), Um cazamento pozitivista no ano de 112, 1900 da era cristan (1901), Sertanejas (Livro de poemas) (Publicado pelo Senado Federal, Centro Gráfico, 1981), A Bandeira nacional (Escrito com  F. S. Rodrigues de Brito, R. Teixeira Mendes e S. Vieira Souto) Publicado por Marques, Aranje & C., 1921, Rondon (1919), Jauapery (Publicado pela EDUA, Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2009.

“Jauapery”/1926, do General Alípio Bandeira que peregrinou muito tempo entre os Waimiri-Atroari: “…passei pelo Jauapery de coração consternado, ouvindo gemidos e maldições no vozear noturno da selva, vendo por toda a parte sombras e cruzes, as cruzes de um martírio que não acaba, as sombras errantes dos mortos, dos seus pobres, dos seus insepultos, dos seus desconsolados mortos. Desde esses dias merencórios procuro em vão expressões com que transmita ao público o meu fundo sentimento de tristeza, entusiasmo e vergonha: – tristeza de ter conhecido ao grande e longo sofrimento; entusiasmo de ter contemplado tanta coragem e tanta confiança dos mártires; vergonha, pesada vergonha de pertencer a uma época em que taes crimes são possíveis”.

Publicou também alguns trabalhos:
1) Antiguidade e atualidade indigenas: Catechese e proteção : Conferência lida pelo autor na Bibliotheca Publica de Capital Federal, no dia 8 de março de 1919.
2) O inexpiavel dissidio: carta aos atuais e aos futuros positivistas, e especialmente aos que se filiarem á direção subjetiva de Miguel Lemos e Teixeira Mendes.
3) Escreveu um relatório para o SPI,  em 1920; onde há uma descrição dos índios POTIGUARAS, de como o grupo estava organizado em termos de ocupação territorial, o tipo de organização das residências, a atividade econômica desenvolvida, o tipo físico das pessoas, o modo de organização política e a maneira como o contato com a “civilização” influenciou o seu modo de vida.

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