Rara espécie de abelha cria 'flor-sanduíche' para larvas
Célula fechada, com ninhada no interior (Imagem: J. Rozen) |
O comportamento de nidificação colorido da Osmia avosetta foi descoberto no mesmo dia, por uma rara coincidência, por equipas da Turquia e do Irão, onde esta espécie é mais abundante. “Foi em absoluta sincronia que descobrimos este comportamento incomum”, revelou Rozen.
O curador do museu nova-iorquino e a sua equipa estavam a trabalhar perto de Antalya, na Turquia, enquanto o outro grupo também se encontrava em campo, na província de Fars, no Irão. Os investigadores, de ambas as equipas, descreveram o comportamento destas abelhas na edição de Fevereiro de 2010, da revista American Museum Novitates.
Abelha solitária da espécie Osmia avosetta. (J.Rozen) |
Isto significa que para a maioria das abelhas, a fêmea constrói o ninho (que pode ser constituído por várias células) para si e para fornecer provisões para a ninhada. Quando o favo está pronto, a abelha deposita um ovo e fecha o ninho, se este tiver apenas uma célula. Geralmente, o ninho da Osmia avosetta tem uma ou duas células, na vertical, próximas da superfície, ou entre 1,5 e 5 centímetros perto do solo.
A construção é iniciada a partir do topo, onde cada célula tem pétalas sobrepostas, começando na parte inferior. Depois, recorre a um barro argiloso para forrar o ninho, com emplastros de camada fina (0,5 milímetros de espessura) e termina o revestimento com outra camada de pétalas. No final, aparece a sanduíche de pétala, construída no escuro.
Flor-sanduíche com o selo envolvente removido.(J.Rozen) |
Depois da estrutura física estar finalizada, a abelha reúne então uma mistura pegajosa de néctar e pólen e coloca-a no interior. O ovo é depositado na sua superfície, e a célula é fechada cuidadosamente, dobrando as pétalas no topo. O ninho é tapado com lama, deixando as larvas seladas num ambiente húmido que se vai tornando rígido e protegendo a futura geração, uma vez que come as rações, tece um casulo, e cairá num sono de dez meses até a primavera.
No entanto, os cientistas alertam que os ninhos encontrados, em chão aberto, “precisam ser protegidos de qualquer potencial ameaça, como a compactação do solo ou aquecimento excessivo. A sobrevivência desta espécie depende também da protecção contra fungos, vírus, bactérias, parasitas e predadores”.
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